
Claro, aqui está uma opção reescrita:
Justiça proíbe aluguel de curta duração em conjunto habitacional.
24 de novembro de 2025A Suprema Corte do Canadá revogou dispositivos do Código Penal que impunham penas mínimas obrigatórias para determinados crimes, uma decisão que reacendeu o debate sobre a rigidez do sistema punitivo tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos. O veredito, proferido no caso Attorney General of Québec v. Senneville, embora centrado em uma controversa acusação de posse e acesso a pornografia infantojuvenil, extrapolou o caso concreto e questionou a validade de um mecanismo legal que limita a discricionariedade judicial.
Originadas nas décadas de 1970 e 1980 como uma resposta politicamente popular à demanda por maior rigor no combate à criminalidade, as penas mínimas compulsórias se distinguem das diretrizes de sentenciamento. Enquanto as diretrizes funcionam como recomendações para balizar a atuação do magistrado, as penas mínimas são impositivas, obrigando o juiz a aplicar uma sanção predeterminada, independentemente das particularidades do caso. Críticos, incluindo membros do judiciário, argumentam que tal sistema subtrai do juiz o poder de individualizar a pena com base nas provas e circunstâncias específicas do processo.
A decisão da corte canadense fundamenta-se na violação de preceitos constitucionais. Segundo o tribunal, as penas mínimas compulsórias infringem a Canadian Charter of Rights and Freedoms ao impedir a aplicação de sentenças proporcionais, um princípio basilar do direito penal. A proporcionalidade entre o delito e a sanção, afirma a corte, não é uma preferência discricionária, mas um limite constitucional imposto ao poder punitivo do Estado.
O debate sobre o tema abrange questões como a consistência na aplicação da lei e as consequências da supressão da análise judicial. Nos Estados Unidos, defensores do sistema alegam que ele atua como um forte elemento de dissuasão criminal e garante uniformidade nas sentenças. Opositores, por outro lado, apontam que a prática resulta em punições excessivamente severas, agrava disparidades raciais e transfere um poder desmedido aos promotores durante as negociações de acordos. No Canadá, os argumentos se assemelham, com críticos destacando o impacto desproporcional sobre grupos marginalizados, como as populações indígenas.
Apesar das controvérsias, reformas em ambos os países têm sido graduais. Nos EUA, a lei First Step Act de 2018 criou mecanismos de "válvula de escape" para crimes não violentos. No entanto, exemplos de sentenças consideradas injustas persistem, como a aplicação de longas penas por delitos de baixo potencial ofensivo sob a lei "Three Strikes" ou em casos de uso de armas em legítima defesa, ilustrando a tensão contínua entre a rigidez da lei e a busca por justiça individualizada.