A juíza Vanessa Ribeiro Mateus, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi eleita para a presidência da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para o triênio 2026–2028. Encabeçando a chapa “Combatividade, Coragem e União”, a magistrada obteve uma votação recorde de 8.715 sufrágios, o que sinaliza um forte respaldo da classe para uma gestão focada na valorização da carreira, no fortalecimento institucional do Poder Judiciário e na ampliação da interlocução com a sociedade.
Com uma sólida carreira iniciada no ano 2000, a presidente eleita é titular da 8ª Vara Cível da Capital. Sua formação acadêmica inclui graduação em Direito pela Universidade Católica de Santos e mestrado em Direito, Justiça e Impactos na Economia pelo Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (CEDES). Ao longo de sua trajetória no Judiciário paulista, atuou em diversas comarcas e especialidades, como varas cíveis, criminais, do júri, de família e da Justiça Eleitoral. Um marco em sua atuação foi a instalação, em 2009, do primeiro Juizado de Violência Doméstica do Estado de São Paulo, um avanço fundamental na implementação da Lei Maria da Penha.
Sua liderança no movimento associativo foi consolidada na Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), onde exerceu os cargos de tesoureira, vice-presidente e, de forma pioneira, foi a primeira mulher a ser eleita e reeleita para a presidência. Desde 2022, coordena a Justiça Estadual na própria AMB, articulando pautas legislativas e estruturais entre as associações regionais e os tribunais. Essa vivência, segundo a magistrada, moldou sua percepção sobre a necessidade de uma magistratura coesa, que defenda prerrogativas comuns sem ignorar as realidades específicas de cada estado.
A eleição em chapa única é interpretada por Vanessa Mateus como um reflexo do “sentimento de responsabilidade da magistratura em torno de um projeto comum”, que dará continuidade à gestão do atual presidente, Frederico Mendes Júnior. Os eixos de sua futura administração incluem o fortalecimento da independência judicial, a isonomia entre ativos e aposentados, a criação de políticas de segurança institucional para magistrados, a democratização da gestão dos tribunais e a aproximação do Judiciário com a sociedade. “Não há democracia sem juízes livres e seguros. Parte do nosso trabalho será consolidar conquistas e evitar retrocessos que ameacem a integridade institucional do Judiciário”, pontuou a futura presidente da AMB.
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