A morte de Sarah Raíssa Pereira de Castro (foto em destaque), que completa uma semana neste domingo (20/4), ainda é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos, como, por exemplo, a identidade de quem criou o “desafio” de inalar gás de desodorante – que levou a menina de 8 anos a passar mal e morrer.
Os perfis por trás desses vídeos responderão por homicídio duplamente qualificado (por meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão.
As autoridades ainda aguardam laudos periciais para confirmar as causas da morte. Há também questionamentos sobre a responsabilidade das redes sociais na disseminação de conteúdos perigosos e na proteção dos usuários, especialmente menores de idade.
O celular da criança foi apreendido, e o laudo pericial demora até 30 dias para ficar pronto. Assim que os policiais tiverem essa prova técnica, poderão avançar nas investigações.
O laudo de local também deve determinar a dinâmica de como a criança teria inalado o produto.
Se ficar comprovado que Sarah Raíssa acessou os vídeos do desafio, a rede social por meio da qual ela assistiu ao conteúdo também será oficiada, para que sejam obtidas mais informações sobre o criador do desafio.
O avô da criança seria o responsável pela criança no momento em que ela foi encontrada caída no sofá de casa e sem sinais vitais. Além disso, havia um frasco de desodorante aerossol sob uma almofada, que estava encharcada pelo produto.
Ainda em busca de justiça, o pai de Sarah, Cássio Maurilio, posicionou-se a favor de uma regulamentação para as redes sociais que atuam no país.
Em entrevista ao Metrópoles, ele defendeu que, além de uma supervisão dos pais, é preciso que as plataformas tenham responsabilidade sobre o que circula dentro delas.
“Elas [plataformas] têm que ter responsabilidade sobre o tipo de vídeo que elas estão transmitindo e para qual tipo de público. Porque, hoje em dia, toda criança tem um celular, o mundo está conectado, está muito fácil o acesso”, disse.
Um dia antes, no enterro da filha, Cássio já havia dito à imprensa que pretende processar o aplicativo acessado por Sarah e também a marca do desodorante que ela inalou. Para ele, o app e a empresa do produto “são igualmente responsáveis pela morte” da menina.
Veja entrevista: