Jacivânia dos Santos Silva, acusada de matar a própria filha com um cabo de computador, teria confessado o crime a um amigo da família. Depois de cometer o homicídio, em maio de 2023, a mulher teria chamado o segundo secretário da igreja em que o pai da vítima trabalhava e detalhado como tirou a vida da jovem: “Fui dando remédio, fui dando remédio e matei”. Jacivânia e o homem a quem ela confessou o delito se tornaram réus na Justiça.
O caso ocorreu no apartamento em que a família morava, na Quadra 316 da Asa Norte. De acordo com o processo que tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), a vítima, que sofria de transtorno de bipolaridade, teve um surto psicótico durante passeio no shopping na companhia do filho e da mãe. Após todos retornarem ao apartamento, Jacivânia teria misturado medicamentos de uso controlado com suco e o oferecido à filha, sem o conhecimento dela. A jovem caiu em sono profundo após tomar o coquetel.
Enquanto a filha dormia, a acusada, utilizando um cabo de computador, a estrangulou. “O crime foi praticado com meio cruel, consistente na asfixia por constrição cervical (estrangulamento), com a utilização de um cabo de computador; com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima; contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, envolvendo violência doméstica e familiar”, considerou a Justiça. O filho da jovem e neto da mulher, um menino de 4 anos de idade à época, teria presenciado tudo.
Depois de cometer o crime, Jacivânia teria acionado o segundo secretário na Igreja de Deus no Brasil e pedido que ele comparecesse ao apartamento “com urgência”.
Para o homem, a acusada teria confessado que matara a filha. O secretário, “temendo a repercussão negativa do homicídio na Igreja de Deus, antes de acionar a PMDF, simulou arrombamento na porta do quarto da vítima, para caracterizar um quadro de suicídio”, detalha o processo. Além disso, ajudou a mulher a fugir e esconder-se.
Ele se tornou réu por fraude processual e favorecimento pessoal. Jacivânia está presa desde 2024 e responde por homicídio e pela Lei Maria da Penha.