De Planaltina a Paris: professor da rede pública expõe obras no Louvre
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Após uma vida dedicada à arte, o professor Jean Fernando da Silva, 43 anos, teve o seu trabalho consagrado em um marco de reconhecimento mundial. O artista foi selecionado para expor suas obras no Salão Internacional de Arte Contemporânea do Carrousel du Louvre, no conjunto de palácios do museu, em Paris, na França.
Jean é professor da rede pública de ensino do Distrito Federal há 15 anos. Ele dá aula de artes no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 01 de Planaltina. Em outubro deste ano, o artista terá duas pinturas suas expostas em uma das principais cidades de arte e de cultura do mundo.
A seleção para expor as obras no museu foi feita pela Vivemos Arte, empresa especializada no mercado nacional e internacional de artes que promove anualmente exposições e artistas. O evento deve reunir centenas de artistas de todo o mundo no museu mais visitado da Europa.
Para Jean, que atua em regime de contratação temporária, é um privilégio representar o Brasil na exposição. “Eu fiquei bastante feliz de expor o meu trabalho e mostrar a arte aqui de Brasília para o mundo. É a realização de um sonho, não só pela oportunidade de apresentar meu trabalho em um cenário internacional, mas também pela chance de conhecer o Louvre, um dos maiores ícones da arte mundial”, celebra.
Com trabalhos marcados pela conexão entre a figuração e a natureza, com personagens de olhos expressivos, inseridos em cenários que celebram a fauna e flora brasileira, o professor-artista busca estabelecer um diálogo sensível entre o espectador e o universo representado.
Os trabalhos expostos por Jean em Paris serão vendidos, mas ainda não há preço definido. “As minhas duas obras em processo de criação têm como base a estética figurativa vibrante, com personagens marcantes e cheios de expressividade. Uma delas será um autorretrato pensativo, capturando uma reflexão profunda sobre o momento atual, enquanto a outra retratará um casal, com uma forte ligação à atmosfera romântica de Paris e do Louvre”, revela.
O amor do professor pela arte começou ainda na infância. Desde criança, ele já tinha gosto pelo desenho. Jean começou pintando paisagens e flores, mas foi na faculdade que a paixão cresceu ainda mais, tanto pela história da arte quanto pelos grandes mestres da pintura, que o influenciaram a continuar nesse caminho.
“A arte, para mim, tem o poder de quebrar barreiras, é um meio transformador. Ela conecta as pessoas e transmite emoções. O que me motiva é ver a arte como uma ferramenta de mudança, e espero que minha arte também possa inspirar outras pessoas, mostrando que elas podem ter seus trabalhos reconhecidos”, explica.
Artista plástico de formação, Jean também descobriu vocação para ensinar outras pessoas. Hoje, ele leva a arte para a escola e busca estimular nos estudantes o mesmo encanto que o deslumbrou e mudou sua trajetória.
Jean cursou Educação Artística na Faculdade de Arte Dulcina de Moraes. Ele também concluiu uma pós-graduação em História da Arte e Arteterapia pela Faculdade Iguaçu. O professor diz ter enfrentado preconceito pela escolha de seguir carreira nessa área.
“Hoje, ver meu trabalho sendo reconhecido de forma tão significativa, é uma alegria imensa. É um reconhecimento que representa não só a minha trajetória, mas também a valorização da arte, que muitas vezes não é vista como algo de grande valor. Poder representar minha cidade, minha família e meu país no cenário internacional é um privilégio”, comenta.
O professor também pondera que a arte e a educação andam juntas. Na visão dele, a educação não é apenas sobre aprender conteúdo, mas sobre formar pensadores críticos, e a arte é um meio poderoso para isso.
Exposição internacional
Morador de Planaltina, o artista também viu seus alunos vibrando e celebrando a conquista da exposição internacional. “Me parabenizaram e me disseram que o reconhecimento do meu trabalho não era só para mim, mas também para a escola, para a cidade e até para eles, pois sempre souberam que eu era mais do que um simples professor”, diz.
Enquanto as obras seguirão para Paris, os custos com a viagem, hospedagem e alimentação de Jean serão por conta dele. Por isso, ele criou vaquinha virtual (acesse aqui) para arrecadar fundos e poder estar presente nesse momento único e especial.
A meta dele é arrecadar R$ 20 mil reais para custear a viagem à Paris. “Se você puder ajudar, seja através de doações, encomendas ou compras de minhas obras, ficarei imensamente grato”, pontuou.
