Após caos, vistoria encontra superlotação na UPA de Ceilândia. Vídeo

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Após dois dias de confusão, demora no atendimento e revolta de pacientes na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ceilândia, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou uma visita ao local, na manhã desta terça-feira (29/4).

A diligência flagrou superlotação, com pacientes internados nos corredores, e falta de acomodação para os acompanhantes.

Assista ao vídeo feito durante a vistoria:

No domingo (27/4), quando houve a revolta de pacientes, a unidade tinha 75 internados. Segundo o deputado distrital Fábio Felix, que participou da vistoria, a situação desvirtua o papel da UPA, de garantir o atendimento rápido na porta de emergência e urgência, seguido pelos encaminhamentos necessários para a retaguarda hospitalar.

“Tem um problema gravíssimo de superlotação na UPA. Não tem retaguarda hospitalar. Ao todo, na UPA, são 27 leitos oficiais, e agora está com 50 internados”, afirmou o presidente da CDH, deputado distrital Fábio Felix (PSol).

O deputado lembrou que a UPA tem contrato e servidores para realizar, em média, 5,5 mil atendimentos por mês. Na prática, porém, a quantidade mais que dobra, chegando a até 12 mil (sendo que já houve mês em que foram realizados 17 mil atendimentos de porta).

Sala verde virou amarela

Destinada a casos que não são considerados graves, a sala verde tem oito leitos que deveriam ser ocupados por pacientes que precisam tomar medicação e ir embora em seguida.

Hoje, porém, o local funciona como uma sala amarela improvisada, com 30 internados ocupando os oito leitos, macas e poltronas improvisadas. Esses pacientes ficam, em média, de três a quatro dias no local.

Na avaliação do parlamentar, o problema expõe a falta de alinhamento de gestão entre a Secretaria de Saúde, responsável pela rede, e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), que administra as UPAs.

A UPA de Ceilândia tem cinco leitos para crianças. Nesta terça-feira, havia sete crianças internadas. Situação bem mais tranquila do que a encontrada no sábado (26/4), quando 17 crianças estavam internadas.

Veja vídeo:

No domingo, data da revolta, segundo o parlamentar, um pediatra não chegou ao plantão. “Na hora, estavam com sete crianças. E três muito graves. Uma com risco de intubação. Então, tiveram que comunicar à comunidade que talvez não houvesse o atendimento e teriam que aguardar. E isso gerou um tumulto, uma indignação”, contou.

Hoje, faltam pelo menos oito pediatras, sete enfermeiros e 20 técnicos de enfermagem na UPA, segundo informou Felix.

Veja imagens:

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A comissão vai enviar um relatório com o diagnóstico para o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Famílias cobraram mais investimento do governo na qualidade do serviço prestado na rede pública

Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto

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Segundo Fábio Felix, a situação desvirtua o papel da UPA, que garantir o atendimento rápido na porta de emergência e urgência, seguido pelos encaminhamentos necessários para a retaguarda hospitalar

Hugo Barreto/Metrópoles
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Segundo o presidente da CDH, o deputado distrital Fábio Felix (PSol), a UPA tem contrato e servidores para realizar em média 5.500 por mês, mas atende entre 10 mil a 12 mil e já teve mês que realizaram 17mil atendimentos de porta

Hugo Barreto/Metrópoles
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Na avaliação do parlamentar, o problema expõem a falta de alinhamento de gestão entre a Secretaria de Saúde responsável pela rede e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), que administra as UPAs

Hugo Barreto/Metrópoles
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Após dois dias de confusão, demora no atendimento e revolta de pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou uma diligência no local na manhã desta terça-feira (29/4)

Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto

A comissão vai enviar um relatório com o diagnóstico para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Famílias cobraram mais investimento do governo na qualidade do serviço prestado na rede pública.

A reportagem procurou a Secretaria de Saúde e o Iges-DF, e aguarda retorno.

Em nota divulgada anteriormente, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal informou que “iniciou a contratação emergencial de novos profissionais para recompor a equipe e garantir a continuidade do atendimento pediátrico”. Até lá, os pacientes foram orientados a procurar a UPA Ceilândia II.

Pacientes reclamam

A autônoma Élika Patrícia Ribeiro da Silva, de 27 anos, buscou atendimento para o filho João Miguel da Silva Melo, 8, na UPA de Ceilândia, na segunda. O menino é diagnosticado com uma doença autoimune e precisava de avaliação. A família não conseguiu ser atendida.

“Estava tudo parado. A UPA estava lotada. Teve confusão. Chamaram até a polícia”, resumiu Élika.

Na manhã de terça-feira, ela trouxe o menino novamente e conseguiu atendimento. Para a autônoma, o serviço de atendimento básico da rede pública está precário e precisa de reforço e investimento.

Segundo Élika, todas as unidades da rede pública precisam ter pediatras para não sobrecarregar as unidades que já contam com os profissionais especializados no tratamento de crianças. “As outras unidades não têm pediatra. Isso sobrecarrega a UPA”, destacou.

Jenifer Lopes, 27, mãe de Ian Gustavo, 6, compartilha da mesma opinião. O menino tem febre, dores de cabeça e nas pernas e braços, desde domingo (27/4).

A família chegou na UPA na manhã de terça-feira, após não ter conseguido atendimento em um posto de saúde na segunda-feira. Para ela, a qualidade do serviço prestado está ruim.

“Tem dias que a gente ter sorte de chegar e ter um atendimento bom, do médico atender apesar de ser demorado. Mas está ruim o atendimento. Porque muitas vezes a gente vem e mesmo passando mal não consegue atendimento. Passa pela triagem e não tem previsão de atendimento. Se estiver com saturação boa, eles não atendem. Tem que estar passando mal, morrendo, para poder atender”, afirmou.

Do ponto de vista de Jenifer, o governo tem dinheiro. O que falta é a decisão política de investimento. “Também precisamos que o atendimento seja mais humano”, concluiu.

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