Família de mulher achada morta no HSVP diz que ela estava machucada

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A família de Eva de Oliveira Silva (foto em destaque), 52 anos, paciente psiquiátrica que estava internada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), alega que a mulher foi encontrada morta com hematomas no rosto nessa terça-feira (22/4). O corpo da vítima estava em um dos banheiros da unidade de atendimento.

“Ela foi diagnosticada com esquizofrenia e estava tendo algumas crises. Por conta disso, decidimos levá-la ao hospital para ajustar o remédio, mas não para ela ser morta. Quando a vimos pela última vez, na sexta-feira (18/4), ela estava em boas condições físicas”, conta Rozilene José de Oliveira Silva, irmã de Eva.

De acordo com Rozilene, os familiares foram informados via ligação telefônica do HSVP de que Eva havia falecido. “Ela foi achada por outro paciente caída no chão do banheiro. Pelo o que soubemos, ela estava sem roupas e toda machucada, com hematomas no rosto”, detalha.

A irmã de Eva procurou a Polícia Civil do DF para registrar um boletim de ocorrência. As circunstâncias da morte são investigadas pela 12ª Delegacia de Polícia.

“Levamos ela para o HSVP porque ela já tinha ficado internada outras vezes lá. Achamos que os remédios não estavam tendo o efeito esperado. Chegamos lá e já foram internando ela. Queremos uma investigação para saber o que aconteceu com minha irmã e esclarecer o motivo dela estar sozinha, sem acompanhante, no banheiro”, alega.

Eva deixou cinco filhos, sendo dois deles menores de idade. A mulher também tinha um companheiro.

Para a família da paciente, houve negligência médica por parte do hospital no tratamento de Eva. “Se eles viram que ela estava fraca, por que não encaminharam para outro hospital para estabilizá-la?”, indaga Rozilene.

Segundo a irmã, uma das coisas que Eva mais gostava de fazer era ligar para os filhos e declarar seu amor a eles. “Minha irmã era tudo, muito guerreira. Todo mundo amava ela. Apegada demais aos filhos”, relembra.

Indícios de parada cardíaca

A causa da morte está sob investigação, mas há indícios de parada cardíaca. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para passar por exames periciais.

Essa foi a segunda morte de uma paciente no HSVP em menos de quatro meses. No último Natal (25/12), Raquel de Andrade, 24, morreu após passar a noite do feriado amarrada a um leito.

Diante de denúncia de falhas no atendimento e no acolhimento de pacientes no HSVP, uma comitiva de parlamentares e de representantes de instituições da área da saúde visitaram o hospital, na manhã de quarta-feira (23/4).

O grupo era formado pelos presidentes das comissões de Direitos Humanos e de Educação e Cultura da Câmara Legislativa (CLDF), Fábio Félix (PSol) e Gabriel Magno (PT), respectivamente; pelos deputados federais Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) e Érika Kokay (PT-DF); e por representantes do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-1) e do Mecanismo de Combate à Tortura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Denúncias

Eva foi internada no HSVP na sexta-feira (18/4). A paciente morreu na madrugada de terça-feira e, segundo informações obtidas pelos visitantes durante a fiscalização, há relatos de que ela não teria recebido o atendimento necessário.

Outros pacientes, inclusive, teriam dormido assustados diante da situação narrada. Ainda durante a visita, parlamentares e representantes das instituições identificaram sinais de pacientes hipermedicados, principalmente entre mulheres.

Além disso, pacientes estariam ficando sem atividades ocupacionais e passando a maior parte do tempo em “banhos de Sol”. O grupo também identificou profissionais de saúde em atividade, mas adoecidos.

Outro lado

Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde (SES-DF), responsável pela gestão do HSVP. A pasta confirmou a morte de Eva e informou que o caso está sob investigação.

“Esclarecemos que todas as informações necessárias serão repassadas diretamente aos pacientes e à família [de Eva], conforme os protocolos vigentes”, acrescentou a secretaria.

Sob a justificativa de seguir a legislação sobre Sigilo de Prontuário, a pasta não deu mais detalhes sobre os casos de mortes no HVSP nem sobre eventuais medidas a serem adotadas no hospital.

Em relação ao caso de Raquel de Andrade, a SES-DF afirmou apenas que “todas as providências cabíveis têm sido adotadas para garantir a responsabilização adequada”.

 



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