Com a morte do papa Francisco, na madrugada desta segunda-feira (21/4), o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, de 57 anos, irá nas próximas semanas ao Vaticano participar do conclave.
Além dele, outros dois cardeais que já estiveram à frente da Cúria Metropolitana de Brasília também votarão para decidir quem será o novo pontífice: Dom João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, que comandou a arquidiocese entre 2004 e 2011, e Dom Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, que esteve na capital da República entre 2011 e 2020.
Com a recente nomeação de novos cardeais, incluindo Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, o Brasil conta com sete eleitores no conclave.
Embora o cenário atual seja menos favorável para brasileiros, não está descartada a escolha de um cardeal do país para assumir o Vaticano. Os mais cotados são o já citado Dom Sérgio e Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.
Atualmente, porém, os principais candidatos ao papado vêm da Europa e da Ásia. Entre os mais cotados, está o italiano Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Próximo a Francisco, Zuppi tem se destacado como enviado papal em negociações de paz.
Outro nome forte é o filipino Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila. Popular e considerado um continuador das reformas de Francisco, ele é visto como uma opção para fortalecer a presença da Igreja na Ásia.
O cardeal ganês Peter Turkson também aparece entre os favoritos. Com uma longa trajetória na Cúria Romana e defensor de pautas ligadas à justiça social, ele poderia se tornar o primeiro papa negro da história. Já o húngaro Péter Erdő, membro do Conselho para a Economia da Santa Sé, é outro nome cogitado, embora sua candidatura dependa do cenário político dentro do conclave.
Veja fotos de Dom Paulo Cezar:
Quem é Dom Paulo Cezar Costa:
Apesar das suposições, Dom Paulo Cezar afirmou, durante o pronunciamento oficial da Arquidiocese, na Cúria Metropolitana de Brasília, que a sucessão papal não foi debatida ainda. “Para dizer bem a verdade, entre nós, cardeais, até agora não se falou na questão de um futuro papa, inclusive em respeito ao papa Francisco.”
“Às vezes, que fui a Roma, nunca fui procurado por um cardeal, nunca vi comentários entre nós sobre eu ser candidato ou você ser candidato. Até em respeito ao papa. Quer dizer, o clima é outro”, disse.
O cardeal ressaltou o papel que cada cardeal irá desempenhar no conclave. “É a busca por perceber quem pode guiar melhor a Igreja nesse momento, sabendo também que quem for escolhido será o guia de 1,4 bilhão de católicos no mundo inteiro. O que é uma responsabilidade muito grande”, afirmou.
Com a morte de Francisco, a escolha do novo líder da Igreja ocorre por meio de um conclave, no qual apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. O processo, no entanto, é secreto e pode exigir várias rodadas de votação até que um candidato obtenha dois terços dos votos.
Francisco, por exemplo, foi escolhido em março de 2013 por 116 dos 120 cardeais após a renúncia de Bento XVI no mês anterior.
Com a morte do pontífice, a Igreja tem de 15 a 20 dias para organizar o conclave — termo que vem do latim cum clavis, que significa “com chave”, referindo-se ao isolamento dos cardeais durante a escolha do novo papa.