O bancário Daniel Henrique da Silva (foto em destaque), 41 anos, preso por atropelar e matar a diarista Maria Núbia dos Santos, 46 anos, no Noroeste, na madrugada da última terça-feira (15/4), contou com a ajuda de pelo menos três amigos para se esconder da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após o crime e fugir da prisão em flagrante.
Daniel decidiu se entregar nesse domingo (20/4), cinco dias após atropelar e matar a diarista, que pilotava uma motocicleta Honda Biz vermelha quando foi atingida. De acordo com as investigações, ele estava tendo cobertura durante os dias em que estava foragido.
“Chegamos primeiro nos amigos dele. Identificamos e ouvimos três pessoas”, afirma o delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Paulo Noritika Sambosuke.
“São amigos dele. Alguns deles, aliás, parceiros de longa data, de mais de 20 anos de amizade”, revela Sambosuke.
De acordo com o delegado, os três amigos do bancário poderão pagar criminalmente pela cobertura ao acusado. “Eles devem responder, a princípio, por favorecimento pessoal”, explica. De menor potencial ofensivo, o crime prevê detenção de um a seis meses e multa.
Apesar de ter se entregado, Daniel estava próximo de ser preso, acredita o delegado. A 2ª DP, responsável pela investigação do caso, foi cercando o bancário até o momento ideal para captura. “Sentindo que estava prestes a ser preso pela Polícia Civil, [Daniel] resolveu se apresentar com seus advogados para ser interrogado”, afirma o delegado-chefe da 2ª DP, Paulo Noritika Sambosuke.
No depoimento, o bancário permaneceu em silêncio. “Ele não quis falar aonde estava se escondendo, mas a gente já estava chegando nele, os meus policiais já sabiam onde ele estava”, conta o delegado.
Apesar de não ter falado nada, Daniel demonstrou um semblante triste. “Senti que ele estava um pouco abatido”, resume Sambosuke.
Assista à entrevista coletiva com o delegado:
Embora triste no momento da prisão, o bancário não demonstrou arrependimento na madrugada de terça-feira (15/4), depois que atropelou Maria Núbia, avalia o delegado. Após atingir a moto da diarista com seu carro, um GWM Haval H cinza, Daniel desceu do veículo e foi até a mulher, mas não prestou assistência e deixou a cena do crime.
“Ele se aproxima [do corpo da vítima] e não demonstra arrependimento, apenas olha e se afasta. Não chama nenhum atendimento ou socorro, tampouco aciona as autoridades competentes”, destaca o delegado Paulo Sambosuke.
“O descaso demonstrado, a atitude do Daniel para com a vida alheia causou uma grande comoção social na população brasileira.”
Reveja o momento do atropelamento:
Para o delegado-chefe, fica indicado que Daniel estava sob efeito de bebida alcoólica no momento em que atropelou Maria Núbia. Um dos fatores que levam os investigadores a essa conclusão foi uma comanda de um bar no nome do bancário.
No dia anterior ao acidente, Daniel esteve em um bar no Setor Hoteleiro Sul de 21h às 4h. Na comanda, à qual os investigadores tiveram acesso, há indicação de consumo de algumas bebidas alcoólicas, o que indica que ele bebeu antes de dirigir.
Daniel seguirá para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do DF e, em seguida, para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele responderá judicialmente pelo crime de homicídio qualificado, por fugir da cena do acidente, podendo ser condenado à pena de 12 a 30 anos de prisão.